terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Mochilando? Maybe not!

Mochila nas costas, chaves de casa nas mãos, passagens compradas e pais devidamente avisados da ausência de sua filha. Não que isso importe muito. Quando se está do outro lado do oceano, realmente não há muito que se possa saber sobre o paradeiro de uma pessoa (Calma, mãe! Eu fui e voltei para onde deveria). Para quem já viajou por essas terras onde me encontro, sabe que comprar passagens baratas não é dificil se houver um talento para pesquisa na internet.
Enfim, entre algumas páginas de companhias aéreas encontramos o que foi o início de uma pequena aventura: 10 euros = passagem de ida e volta para Barcelona, a terra da sangria e da paella. Pareceu um milagre caido na página da Ryanair. Não pensamos duas vezes e passamos o cartão de crédito nas passagens. Como tudo na vida, havia um "porém" e este era, de certa forma, significativo. O voo saia de Frankfurt, uma cidade há umas duas horas de Tübingen. Até ai tudo bem, mas quem já viajou pela Europa sabe... Voo da Ryanair só sai do aeroporto na PQP (imaginem o que quiserem pela sigla). E assim foi. Tübingen Hauptbahnohof (estação de trem) para Frankfurt Hauptbahnohof para Frankfurt Hann para Girona (aeroporto há cerca de 1h30 de Barcelona) para, finalmente, Barcelona. O trajeto durou ao todo quase 12 horas, pois ( e este também é grande) saimos de nossas casas confortáveis em Tübingen às 20h da noite. Por que? Porque nenhum ônibus ou Táxi subiu o descia do morro onde moramos. Um parto, diga-se de passagem, mas o filho nasceu. Perto das 10h30 do outro dia chegamos na maravilhosa cidade de Barcelona!
Não falo só por mim, mas também por minha companheira de viagem, Fernanda, que o esforço foi bem recompensado. Dois dias muito bem vividos de nossas humildes vidas. Realmente Gaudí deixou suas marcas de forma memorável pela cidade catalã. Não só isso me chamou atenção, mas também a atmosfera da cidade, que deixa qualquer um a vontade. Realmente "ganz anders" (muito diferente) da velha Deutschland. Não diria melhor nem pior, mas diferente. Algo mais próximo da "brasilidade", diria eu.
Não queria voltar tão cedo, mas são
fatos da vida e... da Ryanair. Notei que no nosso voo não fomos as únicas que ficaram somente dois dias em Barcelona... Enfim, o mesmo trajeto foi preciso e dessa vez as horas se prolongaram... Saimos de Barcelona às 6h (acredito ou não) e chegamos em Tübingen 18h e pouco
(se a memória não me falha). Por que? Wegen des Schnee. Por causa da neve os trens de Frankfurt atrassaram ou trocaram de portão. Pegamos um trem errado e o outro demorou para chegar. Nessas momentos, tu quase desistes de viajar, mas lembre-se da filosofia Bambam (BBB 1) de vida: "Faz parte!".
Novamente em Tübingen, mas dessa vez somente por três dias. Mal senti o cheiro dos meus lençóis limpos e já estava de volta na estrada. Dessa vez, a viagem durava menos e era mais fácil: entre dentro de um trem, coloque os pés para cima e vá até Hamburgo. Promoção da Deutsch Bahn (rede de transporte por trem na Alemanha). Para quem não sabe (e eu também não sabia), Hamburgo é uma das maiores cidades alemãs e uma cidade muito interessante de certa forma. Confesso que não tinha a minima curiosidade de conhecê-la, mas o destino e as promoções de passagens me mandaram para lá. No final das contas acabei descobrindo as curiosidades às margens do rio Elbe.
Para começar Hamburgo (Hamburg em Deutsch) é uma Stadtstaat, ou seja, uma cidade-estado. Ela é politicamente independente e tem seu próprio parlamento. Cidade porteira, com um dos maiores portos da europa. Enfim, mas isso não é o mais cool na minha humilde opinião. Hamburg tem uma das maiores zonas de prostituição da Europa e, se não me engano, a maior da Alemanha. St. Pauli, eis o nome do distrito onde se encontra a "zona vermelha" do município. Nele se encontra uma das áreas de entretenimento mais famosas da Europa: Reeperbahn. Nesta enorme avenida é possível ver de tudo. Olhe para esquerda e verás uma sex shop tão grande quanto uma supermercado. Tudo para satisfazer as fantasias mais impensáveis relacionadas a sexo. Saia do comércio do sexo, mas nem tanto. Vire para a direita da rua e verás que o assunto não muda.
Cinemas eróticos e curiosas casas de strippers. A certo ponto da rua é possível encontrar as meninas coloridas, as comerciantes na empresa do sexo. Ao contrário das prostitutas que se do Brasil, as meninas não colocam o corpo totalmente a mostra com mini saias ou peitos de fora. Até por que o clima germânico não permite o façam. É possível identificá-las apenas pela cor chamativa de suas roupas. Também só é possível ver algumas delas. O passeio pela Reeperbahn é interrompido caso você seja uma mulher ou um jovem com menos de 18 anos. Sim, até a empresa do sexo na Alemanha é organizada. Há um ponto em que mulheres que não sejam as coloridas comerciantes não podem passar. Afinal, negócios são negócios.
Mas não é somente isso que você encontra por lá. A Reeperbahn também é a rua dos clubs, pubs, bares e tudo para quem é realmente da noite. Festas de diferente gostos. Realmente um passeio de certa forma interessante e que acabou com a minha prévia falta de curiosidade por Hamburg.
Entretanto, das duas cidades só fiquei com vontade o bastante de voltar a Barcelona. Mas juro que dessa vez de forma mais tranquila.... espero pelo menos.
Estacionada em Tübingen até o natal... daqui a pouco mando notícias sobre os costumes natalinos alemães... Aguardem.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Deutscher Geburtstag...

Ela abre os olhos lentamente como havia feito há 20 anos atrás pela primeira vez em sua vida. Respira fundo procurando ar, provavelmente o mesmo movimento de seus primeiros suspiros. Olha a sua volta e vê que no dia de 20° aniversário, não haverá aquele abraço materno que sempre esteve lá em todas as manhãs do dia 18 de novembro. Uma ligação. É a já familiar voz que a costumava despertar nesses dias, mas dessa vez em forma metálica, através de uma aparelho celular. As congratulações de aniversário chegam primeiramente a distância, como nunca havia acontecido... Ao desligar o telefone um frio na barriga. Hora de ir para a aula e esperar pelo primeiro abraço que dessa vez virá de um amigo e não de seus pais...
Estranho? Confesso que primeiramente pareceu, mas depois a situação normalizou. Para falar a verdade, o dia do seu aniversário depois de um certo tempo não é mais tão diferente dos outros dias. Quando era criança a coisa era outra. De pé às 7h para ganhar a boneca ou a bicicleta esperada e ouvir o tal "Parabéns a você". Aqui, além da distância da família e de amigos, as comemorações são diferentes. Claro que a canção de Parabéns não faltou, mas dessa vez foi em alemão.
"Sora, a Débora está de aniversário hoje", assim como faziam no colégio. "É mesmo?", resposta positiva envergonhada.... Dois chocolates de presente depois lá vem a canção "Zum Geburtstag viel Glück, zum Geburtstag viel Glück liebe Débora..." O mais engraçado é ter uma professora de alemão pilhada no dia do seu aniversário e que gosta de celebrar os costumes de sua terra. Segundo a tradição, o aniversariante deve ser colocado em uma cadeira e erguido do chão três vezes ao som de uma música "Hoch soll sie leben. Hoch soll sie leben, dreimal hoch". Lá fui eu para o alto por meio de uma
cadeira azul e os braços de uma canadense e um americano. Risadas foram inevitáveis (e o pavor também). Enfim, divertido. É bom viver exatamente os costumes de uma terra diferente em dias comemorativos, só assim tu descobre como as coisas aqui podem ser bizarras, mas engraçadas ao mesmo tempo.
Fora as cantorias, os alemães não são exatamente as pessoas mais calorosas para te dar parabéns. Abraços apertados e beijos babados na bochecha não são os seus pontos fortes quando se trata de aniversário. Claro, temos exceções. Porém o bom mesmo foi ouvir o tradicional e já ultrapassado "Feliz Aniversário" em línguas diferentes: Feliz cumpleaño, Buon Cumpleanno, Bon Anniversaire, Happy Birthday, С Днем Рождения, Χρόνια πολλά (russo e grego, minha gente. Juro que escutei, mas não sei como fala. Se estiver errado a culpa foi do Google Tradutor), Alles gut zum Geburtstag...
A festa veio um dia depois, quando a sensação estranha de cumprir o primeiro aniversário fora de casa já tinha passado. Na verdade, nem tão fora do lar, para quem já se sente em casa onde está... Sexta-feira de festejos até madrugada a dentro na WG. Bom, teria sido se não fosse pela colega de república chata que veio incomodar por causa do barulho dos jovens intercambistas. Claro, em uma república de estudantes é super raro haver uma festa em uma sexta-feira de noite, por isso tem que reclamar mesmo e expulsar todo mundo. Enfim, não nos abalamos por nada e não seria também por ela que nos abalariamos, meus caros companheiros de festa! Quando não se termina a noite na cozinha do WG, se termina no Kuckuck (ou qualquer outro lugar onde se possa dançar).
Enfim, passar o aniversário longe da sua terrinha pode ser complicado e até estranho nos primeiros minutos do seu dia, mas você tem amigos que façam esses minutos passar voando, kein Problem, como eu sempre digo. Obrigada a todos pelos desejos de Feliz Anivesário, tanto aos que vieram do Brasil quanto aos da Alemanha. Aos que não puderam me dar um abraço de aniversário, espero que ainda possa recebê-los algum dia... mesmo que não sejam mais de parabéns.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

E o muro caiu durante a noite dos cristais...

A história da Alemanha sempre foi algo que me fascinou, apesar do seu passado negro, do qual os alemães até hoje se envergonham. Guerras, holocausto, campos de concentração, divisão do país, muro e por ai vai... mas nada disso abalou meu interesse. Muito pelo contrário. Como admiradora desta história, não poderia deixar de mencionar hoje a data mais lembrada e ao mesmo tempo a que muitos desejam esquecer: der 9. November (ou o 9 de novembro).
Muitos já sabem que foi neste dia que o Muro de Berlim desabou na capital alemã e o país finalmente via as primeiras luzes que o guiavam o caminho para a reunificação. O fato aconteceu em 1989 e se tornou historicamente importante para a Bundesrepublik Deutschland. Mesmo assim, o grande acontecimento não é comemorado no dia 9 de novembro. A explicação é, de fato, simples, mas dolorosa se for dada por algum alemã. Anos antes do 9. November se tornar simplesmente o dia da queda do Muro de Berlim (Berliner Mauer), ela já fazia parte da história do país germânico.
Por meio das minhas bisbilhotadas no site Deutsche Welle (www.dw-world.de) descobri mais do que realmente sabia sobre o marcante data. Já em 1918 o social-democrata Philipp Scheidemann fazia história através deste dia. Dando adeus ao período monárquico, ele proclamava, enfim, a República na Alemanha. Cinco anos depois, na cidade de Munique outro fato histórico tomava lugar: os nacional-socialistas tentam sem sucesso dar um golpe de estado em uma passeata em direção ao pavilhão de Feldherrnhall. A frente do movimento estava nada mais nada menos que o ainda desconhecido, Adolf Hitler, na época ape
nas mais um jovem com ideias diferentes. Dez anos após o último evento de 9 de novem
bro na história alemã, o tal desconhecido toma o poder no país. Deste fato culminaria mais tarde o próximo e mais dolorosamente lembrado 9/11.
Em 1938 os judeus sofreram as primeiras fortes consequências da mentalidade nazista já consolidada no governo e no pensamento alemão. Caos, destruição, medo e angústia. Algumas das palavras que podem ter marcado o dia em que sinagogas foram incendiadas e lojas saqueadas pelas mães da raça ariana. Noite dos Cristais. Assim foi batizado o 9 de novembro, no qual cerca de 100 judeus foram assassinados e 23 mil foram levados para campos de concentração.
Não é a toa que a data comemorati
va da esperada queda do muro não é comemorada. Hoje, de fato, ninguém nas ruas parecia dar importância ao dia de hoje. O monumento em homenagem aos judeus na cidade permanecia quase invisível e intacto. Os passantes pareciam nem lembrar do seu significado. As folhas do outono caem sobre o monumento discreto de ferro com o escrito Synagogenplatz. O dia chuvoso completa o quadro melancólico da data esquecida. No final das contas, o nove de novembro continua com um ponto de interrogação no calendário de datas comemorativas alemão. Afinal, esquecer ou celebrar?Nem eu sei, já que no meu caso, o 9. November passou como mais um dia chuvoso de outono em Tübingen...

Ps: Saindo dos assuntos melancólicos, tristes e históricos, vamos para um assunto que merece ser comemorado... Parabéns ao amigo Carlos que está hoje de aniversário! Feliz cumpleños! Oder alles gut zum Geburstag!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Halloween und so weit...

Dias sem postar esperando um assunto interessante. Bom, nada de muito diferente aconteceu em Tübingen nas últimas semenas. Continuo me adaptando com as aulas em alemão e com os horários... aber alles klar. O assunto agora é o fim de semana. Depois de um feriado em casa (foi ontem o feriado, enquanto no Brasil é hoje), a recém é terça-feira. Não tem problema, a sexta-feira (quase) sempre chega animada na pequena cidade de Baden - Württemberg. A última não foi diferente.
Durante este último final de semana pude observar tipos diferentes de festas, o que já venho fazendo há algum tempo.Na sexta antes do Halloween não poderia faltar uma festa temática para aquecer as fantasias: Pornochacha Party. Was? Ja, festa da empregada erótica, em tradução do espanhol para o português. Ideia boa para comemorar um aniversário longe de casa. A boa bola foi de dois espanhóis, que não esqueceram a vestimenta. A ideia é simples: quem tiver coragem (e criatividade o bastante) vai vestido de empregada porno. Peitos de balão, avental, meia calça arrastão, vale tudo. Claro que esta que vós fala (escreve?) não teve nenhum dos requisitos para se fantasiar. Mas já digo, no Dia das Bruxas foi diferente...
Na Alemanha, assim como nos países norte-americanos, as pessoas se inspiram para o dia do ano reservado para doces ou travessuras e saem de casa com suas fantasias. Entretanto,
como uma amiga canadense observou, a fantasia dos alemães é sinônimo de horripilante. Zumbis, bruxas, fantasmas e até soldados nazistas mortos-vivos, tudo de pior no mundo dos mortos se torna traje. Bem pensado eu diria. Enquanto nós nos vestimos como se estivessemos indo para o carnaval, eles se vestem para um filme de terror. Segundo a canadense, em sua terra a coisa também não funciona assim. Lá eles se vestem com qualquer fantasia, até mesmo infantil, como de desenho animado e super-heróis... Wie uns! Enquanto eu com a minha fantasia de policial e as meninas com pijama e roupa de deusa grega não chamavam atenção, a mais feia bruxa tinha seu lugar garantido na festa. São em pequenos eventos como estes se que noto a simples diferença de costumes. Não acertei minha fantasia no Halloween, será que eles se sairiam bem no carnaval...?

PS: Sábado não deixou de ser animado (=bizarrices por ai). Depois de uma janta com pastel brasileiro (acreditem, não tem aqui) a boa ideia foi finalmente boa. Passando pelo lixo dentro da garagem do prédio de uma das cozinheiras (beijos, Dani!), um sofá velho de três lugares aguardava ansiosamente por um novo dono. Eis que eles vieram. "A gente podia levar o sofá pra frente do Kuckuck (a tal festa para onde iamos) e ficar sentados lá na frente. hahaha". Olhares cruzados: "Pilhei". Alguns passos com o sofá nas costas e pronto: sofá na frente da festa. Confesso que nem todos riram da nossa piada, assim como muitos leitores não devem estar rindo agora, mas juro que na hora foi engraçado...

domingo, 24 de outubro de 2010

Primeira semana de (finalmente) aulas...

Dia de domingo e não diferente do Brasil, me encontro em casa sem muita coisa para fazer. Ok, talvez até tenha algo para fazer. Depois de algumas semanas de vadiagens e viagens, endlich, começaram as benditas aulas na faculdade. Não sei se deveria dizer realmente que foi finalmente, por que, de fato, as primeiras aulas foram cansativas. Entrei na sala com lugar para umas cem pessoas (ou talvez mais se quiserem se acomodar no chão) e atirei para os primeiros seres vivos do local a pergunta clássica de um estudante perdido: "Aqui é a sala tal da aula tal?" "Ja!". Como todo bom estudante que se conhece e sabe que vai se perder no primeiro dia de aula, cheguei meia hora antes da aula começar. Claro, os alemães, já no seu conhecimento do sistema universitário chegarem meia hora depois. O professor entra e pela confussão de gente, espera todos se acomodarem como podem. 15 minutos depois do horário marcado para começar a disciplina, de fato, ela começa. Primeiros momentos de certa tranquilidade, enquanto a matéria não vem não é preciso se preocupar. Livros, provas, pontuação necessária para passar, créditos que cada aluno precisa. Na Alemanha, cada um sabe de si. Quem precisa alcançar 6 créditos, se esforça mais, quem precisa de apenas 2 créditos, precisa só cuidar suas faltas. Mas isso não acontece em todas as cadeiras, cada uma tem seu sistema. Tudo depende do professor, como a boa individualidade alemã. Começa a matéria e não preciso dizer que bateu um certo pânico. "Que raios ele está falando?". Depois de alguns segundos de respiração profunda, consegui entender mais do que esperava. Nas outras aulas, não preciso dizer que a coisa foi parecida. Duas, três horas de aula com 15 minutos de intervalo. A dor de cabeça para pensar em português, alemão e, por vezer, ler em inglês é inevitável no final do dia. Mas tudo bem, aceito o desafio. Este domingo, depois de uma sexta-feira de festas e um sábado de passeios, é um dia para descanso e estudos. Vamos ver se assim continuamos até o final do semestre...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Antes tarde do que nunca: Oktoberfest

Depois de duas semanas de muita viagem, finalmente paro em Tübingen para algum descanso (ou não). Essa semana e na próxima começam as tão esperadas aulas na Uni e os cursos de alemão. É, filha, acabou a moleza. Mas, de fato, estou curiosa para ver no que tudo isso vai dar... Calma, esse não é o assunto agora. Depois de tanto esperar, pensar e contar os dias para postar sobre isso finalmente irei colocar para fora toda essa angústia em comentar sobre a tal Oktoberfest.
Dias planejando foram a toa para a maior festa alemã que acredito que irei presenciar durante a minha estadia aqui. Um dia antes de colocar meus pés na estação de trem de Tübingen para ir a tão sonhada München uma ligação: "Débora, a Martha não pode mais nos hospedar na casa dela." Logo a minha possível breve vida na Oktoberfest passou diante dos meus olhos e caiu pelo ralo, mas em seguida voltou a fazer parte das 100 coisas que quero fazer antes de morrer. Em menos de uma hora um quarto em um albergue foi reservado. Isso que dá ter contatos na Alemanha.
Viagem tranquila. Entrada no hostel nem tanto. "Moça, não tem nenhuma reserva com esse nome?". "Was?!". "Calma, mas temos um quarto disponível para duas pessoas." Precinho salgadinho, mas tinhamos um této em nossas cabeças, pelo menos.
Primeiros passos dentro do Theresienwiese... posso estar exagerando, mas não pude conter a emoção em pensar que estava na TAL OKTOBERFEST. Pessoas vestidas com trajes típicos alemães, os Trachten, andando para lá e para cá entre as tendas de Bratwurst, Pretzel e outras engordantes. Roda gigante, montanha russa e carro bate-bate. Nem a minha mais remota imaginação tinha pensado em tantas coisas para uma festa. Tendas das mais variadas cervejas alemãs se encontravam de forma bem visível. Se é que se pode chamar de tenda ou galpão algo tão imenso. Para abrigar todos que pulam em cima das mesas com cenecos de cerveja de um litro (Masskrug), realmente é preciso uma grande estrutura. A festa segue e por todos os lados o que mais se vê é o líquido amarelo, por vezes mais quente do que gelado, como deveria ser. Copos se tocam ao som de uma canção "ein Protsi, ein Protsi der gemütlichkeit." É quase impossível não se molhar com cerveja e díficil até beber da loirinha. É preciso estar em uma mesa para pedir cervejas, esta é uma das regras da festa. Depois de muito andar e de conhecer pessoas, achamos uma mesa entre alemães, italianos, australianos. Kein Problem. Na Oktoberfest todos falam a língua do chope. E qual seria? Gestos são universais, mas diria que enquanto se fala alemão ou inglês e se entende italino, não há problemas. Durante a Oktoberfest, Munique parece ser uma nova colônia de italianos. Aber kein Problem. Um Mass vai, outro vem, e no final das contas a fluência em qualquer língua é possível.
E com essa vai e vem de cerveja, a coragem nasce nos homens mais ratos. "Vamos andar de montanha russa". "Qual?". "Aquela com uns 50029090 loppings". É, montanha russa, carrinho bate-bate, túnel do terror se apresentam entre as gotas de álcool. Mas de novo: Kein Problem. A Oktoberfest é como a Disney para os admirados da cultura alemã e de uma boa cerveja. Uma terra mágica, onde não só beberrões e festeiros se encontram, mas também famílias que celebram da mesma forma os costumes germânicos. Creio que a experência foi única, mas gostaria muuiiitooo de ter outra oportunidade de voltar a Oktoberfest. Digo que me impressionei bastante, minhas expectativas foram, com certeza, superadas. Gostaria de cantar de novo aquela música tão infantil com um Masskrug nas mãos:

Und I fliag, fliag, fliag wie a Flieger,
Bin so stark, stark, stark wie a Tiger
Und so groß, groß, groß wie a Giraffe
So hoch oh, oh, oh!
Und I spring, spring, spring immer wieder
Und I schwimm, schwimm, schwimm zu Dir 'nüber
Und I nimm, nimm, nimm di bei der Hand,
Weil I di moag
Und I soag Heut is so a schöner Toag
la-la-la-la-la


É, quem sabe um dia...

sábado, 25 de setembro de 2010

O tal do Start Kurs 1


Sábado a tarde, nada pra fazer. Domingo será o mesmo. Na verdade, tenho muitas coisas para organizar. Afinal, vespera de viagem para a Oktoberfest e depois Austria (weee!) não é fácil. Mas claro, não podia deixar de arrumar um tempo para escrever um post sobre um tal de Start Kurs 1, aquele que começou dia 6 de setembro e terminou, infelizmente, nessa sexta-feira.
Em uma tarde até que ensolarada (realmente, não me lembro bem), lá estava eu a caminho do endereço que me fora indicado alguns meses antes: Wihelmstrasse, 50. Um dos prédios da universidade de Tübingen, onde provavelmente eu terei minhas aulas em um futuro próximo. Enfim, em uma sala grande como pessoas de várias cores, tipos e tamanhos, estava eu com a minha caneta (pois esqueci o tal do lápis) para fazer a minha primeira prova na Alemanha. Prova de nivelamento. Confesso que não fui lá essas coisas, mas acabei descobrindo, no dia seguinte da prova, que fiquei na classe 3 entr 4. Nada mal, heeein!
Inglês, espanhol, português, italiano e finalmente alemão. Essas foram as línguas que eu mais escutei nessas três semanas intensas de aulas, festas, Stammtisch e, como todo evento alemão, cerveja. Aprendi alemão, nada de extraordinário, mas aprendi. O melhor disso foi que melhorei meu espanhol e o meu "listening" no italiano. Sehr gut für mich! Ja, creio que nos meus próximos dias em Tübingen, irei adquirir mais conhecimentos nas línguas latinas e, quem sabe, no alemão.
Entretanto, não foram só as diferentes línguas que me cativaram neste curso. Pessoas diferentes, países distintos, idiomas que se misturam, mas no final todos se entendem. Foi assim no Start Kurs 1 do semestre de inverno de 2010, como acredito que foram e serão em outros.
Dessa experiência, espero não só levar fotos e histórias engraçadas (já que houveram muitas), mas também os costumes interessantes, os idiomas e, é claro, as pessoas. Acredito que a minha estadia em Tübingen se faz cada dia melhor pelo quanto eu conheço não só a Alemanha, mas também de outros países. O semestre de inverno promete muitas risadas e boas companhias, além do kleine estresse com a faculdade. Aber kein Problem!
Sei que a maioria não vai ler esse post ou porque não fala português ou porque tem preguiça, mas aqui deixo registrado: Danke schön, Start Kurs 1!

PS: segunda-feira, finalmente a tão sonhada Oktoberfest, e depois Austria!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Como explorar Stuttgart

Já faz tempo que estava devendo este post, mas muitas coisas aconteceram durante a semana. Festas, provas, trabalhos e amanhã temos um passeio ao Bodensee (uhul!). Estou louca para conhecer. Já que a próxima klein Reisen se aproxima, decidi falar um pouco sobre a última: Gehen wir nach Stuttgart am Wochenende? Ja! Foi assim que começou o tal sábado na capital de Baden- Württemberg, o estado no qual estou, para quem não sabia. Antes de ir para lá, confesso que não procurei informação nenhum sobre a cidade, afinal explorar sem ideias pré-formadas sobre o local de destino é melhor, Mas mais arriscado também. Kein Problem!
Entretanto, para escrever esse post de uma forma descente, procurei algumas informações no guia de viagens da Folha de São Paulo. Nele se destacva a frase "Como explorar Stuttgart?". "Existe um jeito para isso?". Depois de ler, pensei que talvez exista um melhor jeito do que o nosso, já que descobri o que já esperava: não vi nem metade de Stuttgart. Meine Fehler. Nem o cheiro senti do Porsche- Museum ou Mercedes-Benz-Museum. Mas calma, outras oportunidades virão, afinal uma hora e pouca de viagem em um trem é pouco para quem almeja conhecer um país como a Alemanha.
Enfim, vamos ao que interessa. Stuttgart é um das maiores cidades da Alemanha (segundo o livrinho) e teve origem no século 10 no Stutengarten, no qual eu não fui. Em 1806, Stuttgart se ternou enfim a capital de Württemberg. A cidade é conhecida como centro industrial por suas importantes fábricas, como Mercedes-Benz e Porche. Algo que era de meu desconhecimento, a capital é também um centro cultural, com osquetra de câmara e acervos de arte. O que eu vi de mais cultural na cidade enquanto estive lá foi uma artista de rua que fazia pinturas de giz no chão, como aquelas que a gente vê às vezes no Brique da Redenção, mas mais bonitas. Também uma banda, que divulgava seu trabalho no Schlossplatz, um dos pontos turísticos e de lazer da cidade (nesse eu fui!).

O Schlossplatz é uma praça, a qual me lembrou muito a Redenção (ingenuidade a minha). Além de uma grama verde, muitos alemães sentados tomando sol, cerveja (sempre) e crianças brincando, lá se encontra também o Neues Schloss. Enquanto se está sentado na grama, é possível ver a fachada do castelo. Elementos barrocos e neoclássicos se misturam na arquitetura do palácio em praça pública.
Pessoas passam de bicicleta na frente e sentam em volta de seu chafariz, sem saber por que e por quem o tal prédio foi construído e sem dar bola para sua beleza que para uma porto-alegrense humilde é demais para uma simples tarde de sábado. Tá, talvez eu esteja exagerando. Pelo menos, graças ao meu livrinho, eu agora sei que o castelo foi construído para comemorar os 25 anos do reinado de Guilherme I. As esculturas foram feitas por artistas como Alexander Calder e Alfred Hrdlicka. Talvez para quem leiam isso nada signfica, por isso termino por aqui. Acho que as imagens se expressam melhor a partir de agora...

Bis bald!
























domingo, 12 de setembro de 2010

Mein WG

WG, uma típica república estudantil alemã. Foi aqui que eu comecei minha estadia na Alemanha. No começo confesso que foi meio complica. Sabe como é, dividir a cozinha com 16 pessoas não é uma tarefa fácil, mas possível. A organização alemã faz a coisa mais ou menos funcionar. Armários e geladeiras numeradas, cada um com seu espaço. Confesso que a falta de limpeza me assustou um pouco. Pelo menos, o lixo é separado como em nenhum outro lugar no mundo, mas isso é assunto para outro post. Aqui onde eu moro, somente a cozinha é coletiva. Cada um tem seu quarto e seu banheiro. Privacidade, a palavra chave. As pessoas aqui só se cruzam na cozinha, na lavanderia e nos corredores e, mesmo assim, a conversa não parece ser muito longa. Também é possível encontrar vizinhos e conhecidos no tal de KuckKuck. Um pub, o qual eu já mencionei antes, onde tem boa música, bebida barata (cerveja por dois euros e shot por um) e um espaço aconchegante (=minúsculo). Fomos lá na sexta e no sábado, já que é do lado de casa, não temos problemas pra nos locomover, só se estivermos com dor nas pernas.

O meu quarto eu consegui arrumar um pouco para deixar mais do meu jeito, mas mesmo assim as paredes continuam brancas. Kein Problem. Tenho muito tempo ainda para deixar ele com a minha cara. Aposto que daqui a seis meses, a minha bagunça organizada, já não será tão organizada. Só uma dedução.
Uma coisa interessante é que aqui o banheiro tem duas descargas, com duas potências (pasmem!) e não tem lixo (pasmen de novo). O papel higienico vai no vaso mesmo e, é claro, até isso eu tenho que comprar no supermercado, assim como um lixo para o banheiro.
Essa vida de dona de casa está me saindo cara, mas aos poucos estou me acostumando. Já cozinho, limpo banheiro e quarto, lavo e seco roupa. Acho que me mandaram pra cá para aprender um pouco sobre a vida doméstica. De fato, estou conseguindo.
O final de semana foi muito agitado e a semana também, por isso não consegui atualizar o blog antes. Sexta fizemos uma Internacionalles Abendessen (jantar internacional), organizado pelo curso de alemão. Os brasileiros levaram pão de queijo, brigadeiro, nega maluca, pé de muleque. Sehr gut! O pessoal adorou, mas disso, talvez, eu fale mais depois. Assim como de Stuttgart, cidade na qual estive no sábado. Fomos em três italianas e uma brasileira. Linda cidade, mas Tübingen ainda me parece mais bonita. Coloco fotos depois, esse post eu prometo.








domingo, 5 de setembro de 2010

Cantores de esquina


Uma música se aproxima dos ouvidos conforme os passos avançam os metros. Vozes jovens se unem para formar uma capela. A estrangeira aqui mal entendeu o signifado das palavras com ritmo que sete alemães ofereciam aos passantes. Em uma primeira olhada, se acha graça da cena: quatro moças e três rapazes cantando em grupo como se fizessem parte de algum coral a seu aberta. No meio de uma tarde de domingo, a paz do centro da cidade foi invadida pela voz juvenil dos desconhecidos cantores. Parei e observei. Na segunda olhada, aquilo não parece mais bizarro, mas uma espécie de calmante. Nossa caminhada foi interrompida por alguns minutos de boa e simples música. Não sei se estou exagerando, porém, foi o que me pareceu no momento.

Ouvi dizer que aqui isso é até comum. De fato, só em um sábado a tarde vi no mínimo três pessoas (ou gruposo) cantando nas esquinas de Tübingen. Alemão, francês, inglês. A língua não interessa, só a chance de ganhar alguns trocados fácil e de entreter os caminhantes em um final de semana. Claro, como em todo lugar, existe aquele desafinado que acha que ganha moedas por talento e não por pena. Acontece. Acredito que não foi o caso do tal grupo desconhecido de possíveis estudantes. Deixo para vocês analisarem.

Guten Nacht!

sábado, 4 de setembro de 2010

Tartarugas

Tartarugas são animais que caminham devagar, possivelmente, pelo peso de seus cascos, suas casas. Achei que essa seria a comparação perfeita a ser feita comigo e com minha colega de viagem. Quase 12 horas dentro de uma avião e mais por volta de 8 horas entre aeroportos. Mochilas nas costas que lembravam as casas doos tais animais, mas ao contrário deles, os passos eram rápidos. Se locomover em um lugar enorme sem o menor senso de direção requer um folego a mais. Enfim, depois de horas que passaram quase parando - imagine-se dentro de um avião sem televisão, sem espaço e com uma alemã magricela e não muito amigável do seu lado -, chegamos em Frunkfurt. Nunca vi um aeroporto tão grande e confuso, apesar das placas. Alemão pra cá, inglês pra lá, enfim alcaçamos o portão A28. Ali fizemos nossa primeira refeição alemã. Um tal de Original Frankfurter mit Brötchen (acho que era isso). Em outras palavras, quase um salchipão.


Meia-hora de viagem e, finalmente, Stuttgart. A esteira rolando para pegarmos as malas e, ainda bem, elas estavam ali. Chumbo pra lá, chumbo pra cá, conseguimos embarcar no ônibus em direção a Tübingen, depois de algum sacrifício. A primeira imagem da cidade foi melhor do que eu havia de fato imaginado: arquitetura europeia (nada mais normal), casas no estilo alemão, árvores, muitas árvores, tudo organizado de uma forma bem germânica. Não posso dizer que foi amor a primeira vista, mas quem sabe a segunda. Depois de caminhar um pouco, andar de ônibus para cima e para baixo com o meu guia particular (viel Danke, Allan), posso dizer que achei Tübingen uma cidade ótima para se viver. Não preciso nem dizer que os ônibus chegam no horário, as pessoas são bonitas, a cidade é limpa, o transito é sem conflitos. Não sei se isso continuará assim quando a cidade voltar a vida, quando as férias acabaram, mas pouco me importa.

Depois que ajeitei minhas coisas na casa do Allan (já que não tinha apartamento ainda), fomos para a minha primeira noitada na Alemanha: El Chico, na conhecida Neckerbrucke. Ironicamente a festa era já minha conhecida: noite brasileira no El Chico. Kein Problem, weil der Bier deutsche war. Não há problema quando a cerveja é alemã. Aqui a cerveja é absurdamente barata. Um klein idéia: no Brasil, bebi Paulaner (nao lembro se é assim que se escreve) por mais ou menos 20 reais, aqui ela custa 0,89 euros. Pasmem! Fiquei feliz e assustada quando vi isso. Aqui os jovens (até parece que eu sou velha) compram engradados de cerveja e se encontram para beber em frente a igreja. E bebem essa gente. Enfim, só queria contar que na primeira noite já aprontei um pouco: andei de ônibus sem pagar passagem (Schwarzfharer, tradução literal, "andar no preto"). 12h10 já é preciso comprar um novo ticket do dia, mas não valia a pena, então tentei a sorte. Nenhum fiscal me pegou (aqui não existe cobrador, somente fiscalização às vezes.)

No dia seguinte, enfim, cheguei no meu apartamento. Fichtenweg! É como se fosse um condominio cheio de prédios, nos quais a maioria dos morados são estudantes. O quarto é espaçoso até, mas muito triste pela falta de decoração, mas isso se resolve. O banheiro é pequeno, mas para uma pessoa está ótimo! A tal da cozinha coletiva é o problema: restos de comida na pia, fogão sujo, geladeira fedorenta. Espero que quando esse pessoalzinho voltar de férias, a limpeza volte junto com eles. Aber kein Panik!

Ontem saimos de noite de novo: nossa primeiro Stammtisch (um encontro casual) com os nossos futuros colegas do curso de alemão que começa segunda-feira. Americanos, mexicanos, italianos, alemães e brasileiros. Nem preciso dizer que a confusão de línguas foi geral, mas o alemão prevaleceu. Com isso, a dor de cabeça foi inevitável. Cansaço, fuso horário bagunçado, pensamento em português e fala em alemão. Esforço mental ao máximo, mas ótimo. Depois da nossa primeira social em alemão, seguimos para o tal de Kucko (acho que é assim que se escreve). Acreditem ou não, esse tal de bar, pub ou sei lá o que é dentro do meu condominio! Exatamente dentro. No mesmo prédio das caixas de correio. Maravilhos para quem quer festiar sem se preocupar em como voltar para casa depois.


Hoje passiei mais um pouco com a Dani, uma brasileira do sul que mora perto da minha casa. Compras, mas sem exageros! Mais tarde conto mais sobre as nossas aventuras por essa cidade. Hoje iremos numa noite chamada Top 10. Vamos ver no que dá. A correria aqui é maluca, não conseugi nem tirar minhas coisas da mala ainda, o que é vergonhoso. Amanhã eu faço isso, afinal, nada nessa cidade abre no domingo!




Tchüss!


Bis gleich!


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Auf Wiedersehen!

Primeiro dia de aula no prédio cinza da Rua 24 de Outubro de Porto Alegre. Passos largos para não perder a hora. Afinal, como muitos dizem, alemães são rígidos como pedra e não toleram atrasos. O elavador anuncia: quarto andar. Mais passos largos em direção a sala 41 (não lembro bem). A professora loira (obviamente) entra e já sai atropelando com os primeiros vocábulos para aquela turma de futuros falantes da língua xingamento: "Hallo, wie geht es dir?". "Que?!" Pânico? Kein! Para quem sempre quis conhecer a terra do Muro de Berlim, dos campos de concentração, do falecido nazismo, a língua, as maneiras não assustam, apenas intrigam.
A curiosidade quase insaciável de conhecer a tal Deutschland, enfim, será sanada. Finalmente e estranhamente hoje termina o último dia em Porto Alegre, no Brasil. Malas, roupas jogadas para todos os lados da casa. Esse não é o quadro de um último dia muito tranquilo, mas, de certa forma, muito bom. Dias, meses e até anos de espera pela viagem nach Deutschland e, enfim, lá quase estou.
As perguntas que ouvi nas semanas pré-embarque foram as de sempre: "Tá nervosa?, "tá ansiosa?", "vai sentir saudades?"... e por ai vai. Desculpa se foi o seu caso, mas já adianto que esse tipo de questionamento não ajuda! Mesmo assim, respondo para quem faz questão de saber as respostas: não, não, talvez. Os sentimentos com relação a esta quase aventura são os melhores.
Crio este blog para poder compartilhar com quem ficou no Brasil alguns passos curiosos: figuras engraçadas, lugares interessantes, momentos bizarros e costumes úteis. Até por que mandar e-mail para todo mundo que me pediu, seria um trabalho de no mínimo dois dias inteiros (sem ofenças). Por enquando se contentem com os meus breves comentários aqui, neste diário virtual.
Agradeço a todos que estão torcendo por mim e a todos que compareceram na minha despedida. Vou tentar colocar algumas fotos dela aqui. Quem sabe até faço isso no aeroporto, já que não vai ter muita coisa pra fazer por muito tempo.

Viel Glück para quem fica!

Auf Wiedersehen!