domingo, 2 de janeiro de 2011

Então é Natal... e Ano Novo também...


Luzes coloridas aperecem nas ruas a partir da segunda semana de dezembro, ou até da primeira. Não reparei quando exatamente elas começaram a ornamentar as típicas construções germânicas, sei apenas que elas foram as primeiras manifestações de Natal que surgiram na cidade. Desde o primeiro domingo de Advento (quatro antes do dia de 25 de dezembro), os primeiros festejos iniciam nas cidades e famílias mais típicas e cristãs. O Adventskalender (Calendário do Advento) é encontrado em algumas paredes de casas e lojas alemãs e fazem a contagem regressiva para o dia de Natal. Entretanto, durante essa contagem, não são apenas os calendários que representam a chegada do dia 25 e os enfeites nas ruas...
Já no dia 6 de dezembro aparecem os primeiros sinais natalinos. O Nikolaustag, ou o dia de São Nicolau, data em que o tal moço vem e entrega pequenos presentes. Segundo informantes alemães, nesse dia crianças (e até adultos se duvidar) penduram suas meias decoradas onde puderem para que o bom velhinho traga-lhes alguma lembrança saborosa de pré-Natal. Sim, pelo visto Papai Noel chega mais cedo do que o esperado em terras germânicas. E quem entrega os presentes na noite entre o dia 24 e 25? Das Christkind. Na tradição cristã, o próprio menino Jesus presenteia adultos e crianças no Natal. Claro, em outras tradições é o Papai Noel mesmo que faz o admirável trabalho de descer de dirigir suas renas, descer a chaminé e etc...
Nas semanas seguintes depois do dia 6, as festas só continuam ou se intensificam. Chega o momento de montar as barraquinhas, aquecer o Glühwein (vulgo Quentão), esquentar a linguiça e o pão, e colocar a cara no tal Weihnachtsmarkt. Toda cidade alemã que se preze tem seu Mercado de Natal quando chegam os primeiros dias de Dezembro. Seja ele pequeno (como o de Tübingen), grande (Stuttgart talvez, não tive a oportunidade de ver pessoalmente), ou imenso espalhado por vários cantos da cidade (como em Berlim e Hamburgo), o Weihnachtsmarkt tem seu lugar garantido todos os anos no Adventskalender. Luzes de Natal, enfeites para o pinheiro de casa, comidas e bebidas típicas, acessórios de inverno, artesanatos são algumas das coisas que se encontram ao atravessar as ruelas dentro desse mundo natalino a parte, que surge na praça da cidade. Os corais de rua entram como a cereja no topo para completar a festividade. Jovens, crianças e adultos se unem em grupos para festejar em forma de música a data especial que se aproxima. Não somente grupos. Duplas e solos também são permitidos. Basta ter um instrumento e saber seguir a melodia natalina. Abaixo uma breve amostra dos meus achados musicais nos Mercados de Natal de Hamburg e Tübingen (perdão pela qualidade não tão boa das filmagens).


As comemorações se intensificaram e por fim chegou do dia 24 de dezembro.
Cidade quase fantasma em véspera de Natal. É o que acontece quando se vive em uma cidade universitária, já que os estudantes migram para seus lares em datas festivas e férias. Nós, longe de nossa pátria amada Brasil, continuamos aqui do jeito que dá. E mais uma vez deu certo. Apesar da distância de casa na data mais "momento família" do ano, é possível encontrá-lo nas pessoas a sua volta. Isso que fizemos na primeira ceia natalina longe do lar. Ceia com os amigos, com muita comida, conversa e risadas. Em momentos como estes é que se encontra o tal do espírito natalino. Acredito que aqui, pelo menos pelas minhas observações, o Natal
ainda tem o sentido antigo: trazer união, amor e paz as pessoas. Lojas e vendedores loucos para vender qualquer coisa na época mais lucrativa do ano não foi o que encontrei durante os dias de preparação para as festividades. Tanto que as lojas mal abrem da véspera de Natal e no dia 25 se encontram completamente fechadas. Claro que só tive uma visão geral da coisa, mas é a única que tenho até agora para compartilhar...
Já o ano novo não é tão diferente de outros lugares do mundo. Fogos de artifício, pessoas tomando champgne na virada, contagem regressiva (deve ter tido, mas a gente não escutou). Entretanto a ausência de certos costumes é inevitável. Cadê a roupa branca e a roupa íntima colorida? Nada de rosa para amor, amarelo para dinheiro, vermelho paixão, verde de esperança e etc? Nein! E nem perguntem sobre as sete ondinhas e flores para Iemanjá... Só pulamos poças de neve derretida mesmo e ficamos torcendo para que tenha o mesmo valor. Quem sabe... Bom, mas se depender das companhias na virada e no Natal, 2011 está garantido como um ano de muitas risadas, alegrias e novas experiências. E para quem ainda não sabia, anuncio agora que parte dessas experiências serão passadas aqui mesmo, na Alemanha, durante o semestre a mais que decidi permanecer... Mais tempo longe, mais saudade, aber wie immer kein Problem.
Com isso deixo aqui registrado meus melhores e mais sinceros desejos de felicidade a quem tem acompanhado a minha viagem, seja de perto, de longe, pelo blog ou pela convivência através de e-mails e skypes. Em 2011 mais histórias seram contatas, melhores ou piores... o negócio é esperar pra ver...