Como muitos notaram as ruas se tornaram mais calmas e vazias, assim como os quartos das repúblicas pelo visto... Mas para onde migram os estudantes se não estão em casa e nem nas ruas? A resposta é simples, basta pensar onde se pode encontrar a maior quantidade de livros e teoricamente silêncio: obviamente que seria na Biblioteca da Universidade. Nada de estranho, afinal para encontrar a concentração perdida, esse seria o melhor lugar. Entretanto, a coisa se complica quando a maior parte da população da cidade (formada por adivinhem só... estudantes) tem a mesma ideia.
De um dia para o outro a mundaça é feita. Com sacolas cheias de livros, laptop, canetas coloridas, garrafas d'água, garrafas térmicas com chá ou café, bolachas e frutas chegam os novos inquilinos da Uni Bibliothek. Para ter o conforto de manter todo esse equipamento consigo, o segredo é chegar cedo. Encontrar lugar na sala rodeada por janelas, carinhosamente apelidada de Aquário, pode ser uma batalha e uma questão de horário: quem chega primeiro leva. Por vezes chegar às 10h da manhã não basta, os mais estudiosos chegam antes disso. A estratégia é chegar cedo e acomodar os equipamentos pelo resto do dia. Entre um gole de água e o folhar das páginas, os alunos fazem suas pausas sem, é claro, tirar os pertences da mesa. Ninguém quer perder o cobiçado lugar na Biblioteca, que em época de provas na Uni Tübingen é tão lotada quanto Carnaval no Rio. Acredite, às vezes achar um lugar livre é ouro. Exatamente por estar tão cheia, é que a Biblioteca Central se torna o ponto de encontro da galera. Entre 10 minutos de pausa e 30 de estudos, conhecidos e amigos se encontram nos corredores e arranjam um motivo para escapar dos livros. Assim a Bib (carinhosamente chamada por alguns alunos), se torna um lugar perfeito para fazer aquela social, conhecer pessoas novas e trocar fofocas sobre o final de semana. Talvez seja isso que faça os alunos permaneceram oito horas (ou mais) ali dentro. Para quem nunca teve o costume de passar a tarde dentro de uma Biblioteca estudando, o novo hábito pareceu um pouco komisch (estranho), mas a necessidade de concentração deu razão para se acostumar.
O sinal toca 15 minutos antes da Biblioteca Central fechar. Os últimos desesperados saiem com o bater das portas centenárias de madeira. A meia-noite todos os visitantes devem estar na rua a caminho de casa. No dia seguinte, a nova rotina continua para quem ainda não está de férias. Quando a última prova passa, semanas de comemorações se seguem... Agora só no próximo semestre...