domingo, 24 de outubro de 2010

Primeira semana de (finalmente) aulas...

Dia de domingo e não diferente do Brasil, me encontro em casa sem muita coisa para fazer. Ok, talvez até tenha algo para fazer. Depois de algumas semanas de vadiagens e viagens, endlich, começaram as benditas aulas na faculdade. Não sei se deveria dizer realmente que foi finalmente, por que, de fato, as primeiras aulas foram cansativas. Entrei na sala com lugar para umas cem pessoas (ou talvez mais se quiserem se acomodar no chão) e atirei para os primeiros seres vivos do local a pergunta clássica de um estudante perdido: "Aqui é a sala tal da aula tal?" "Ja!". Como todo bom estudante que se conhece e sabe que vai se perder no primeiro dia de aula, cheguei meia hora antes da aula começar. Claro, os alemães, já no seu conhecimento do sistema universitário chegarem meia hora depois. O professor entra e pela confussão de gente, espera todos se acomodarem como podem. 15 minutos depois do horário marcado para começar a disciplina, de fato, ela começa. Primeiros momentos de certa tranquilidade, enquanto a matéria não vem não é preciso se preocupar. Livros, provas, pontuação necessária para passar, créditos que cada aluno precisa. Na Alemanha, cada um sabe de si. Quem precisa alcançar 6 créditos, se esforça mais, quem precisa de apenas 2 créditos, precisa só cuidar suas faltas. Mas isso não acontece em todas as cadeiras, cada uma tem seu sistema. Tudo depende do professor, como a boa individualidade alemã. Começa a matéria e não preciso dizer que bateu um certo pânico. "Que raios ele está falando?". Depois de alguns segundos de respiração profunda, consegui entender mais do que esperava. Nas outras aulas, não preciso dizer que a coisa foi parecida. Duas, três horas de aula com 15 minutos de intervalo. A dor de cabeça para pensar em português, alemão e, por vezer, ler em inglês é inevitável no final do dia. Mas tudo bem, aceito o desafio. Este domingo, depois de uma sexta-feira de festas e um sábado de passeios, é um dia para descanso e estudos. Vamos ver se assim continuamos até o final do semestre...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Antes tarde do que nunca: Oktoberfest

Depois de duas semanas de muita viagem, finalmente paro em Tübingen para algum descanso (ou não). Essa semana e na próxima começam as tão esperadas aulas na Uni e os cursos de alemão. É, filha, acabou a moleza. Mas, de fato, estou curiosa para ver no que tudo isso vai dar... Calma, esse não é o assunto agora. Depois de tanto esperar, pensar e contar os dias para postar sobre isso finalmente irei colocar para fora toda essa angústia em comentar sobre a tal Oktoberfest.
Dias planejando foram a toa para a maior festa alemã que acredito que irei presenciar durante a minha estadia aqui. Um dia antes de colocar meus pés na estação de trem de Tübingen para ir a tão sonhada München uma ligação: "Débora, a Martha não pode mais nos hospedar na casa dela." Logo a minha possível breve vida na Oktoberfest passou diante dos meus olhos e caiu pelo ralo, mas em seguida voltou a fazer parte das 100 coisas que quero fazer antes de morrer. Em menos de uma hora um quarto em um albergue foi reservado. Isso que dá ter contatos na Alemanha.
Viagem tranquila. Entrada no hostel nem tanto. "Moça, não tem nenhuma reserva com esse nome?". "Was?!". "Calma, mas temos um quarto disponível para duas pessoas." Precinho salgadinho, mas tinhamos um této em nossas cabeças, pelo menos.
Primeiros passos dentro do Theresienwiese... posso estar exagerando, mas não pude conter a emoção em pensar que estava na TAL OKTOBERFEST. Pessoas vestidas com trajes típicos alemães, os Trachten, andando para lá e para cá entre as tendas de Bratwurst, Pretzel e outras engordantes. Roda gigante, montanha russa e carro bate-bate. Nem a minha mais remota imaginação tinha pensado em tantas coisas para uma festa. Tendas das mais variadas cervejas alemãs se encontravam de forma bem visível. Se é que se pode chamar de tenda ou galpão algo tão imenso. Para abrigar todos que pulam em cima das mesas com cenecos de cerveja de um litro (Masskrug), realmente é preciso uma grande estrutura. A festa segue e por todos os lados o que mais se vê é o líquido amarelo, por vezes mais quente do que gelado, como deveria ser. Copos se tocam ao som de uma canção "ein Protsi, ein Protsi der gemütlichkeit." É quase impossível não se molhar com cerveja e díficil até beber da loirinha. É preciso estar em uma mesa para pedir cervejas, esta é uma das regras da festa. Depois de muito andar e de conhecer pessoas, achamos uma mesa entre alemães, italianos, australianos. Kein Problem. Na Oktoberfest todos falam a língua do chope. E qual seria? Gestos são universais, mas diria que enquanto se fala alemão ou inglês e se entende italino, não há problemas. Durante a Oktoberfest, Munique parece ser uma nova colônia de italianos. Aber kein Problem. Um Mass vai, outro vem, e no final das contas a fluência em qualquer língua é possível.
E com essa vai e vem de cerveja, a coragem nasce nos homens mais ratos. "Vamos andar de montanha russa". "Qual?". "Aquela com uns 50029090 loppings". É, montanha russa, carrinho bate-bate, túnel do terror se apresentam entre as gotas de álcool. Mas de novo: Kein Problem. A Oktoberfest é como a Disney para os admirados da cultura alemã e de uma boa cerveja. Uma terra mágica, onde não só beberrões e festeiros se encontram, mas também famílias que celebram da mesma forma os costumes germânicos. Creio que a experência foi única, mas gostaria muuiiitooo de ter outra oportunidade de voltar a Oktoberfest. Digo que me impressionei bastante, minhas expectativas foram, com certeza, superadas. Gostaria de cantar de novo aquela música tão infantil com um Masskrug nas mãos:

Und I fliag, fliag, fliag wie a Flieger,
Bin so stark, stark, stark wie a Tiger
Und so groß, groß, groß wie a Giraffe
So hoch oh, oh, oh!
Und I spring, spring, spring immer wieder
Und I schwimm, schwimm, schwimm zu Dir 'nüber
Und I nimm, nimm, nimm di bei der Hand,
Weil I di moag
Und I soag Heut is so a schöner Toag
la-la-la-la-la


É, quem sabe um dia...