sábado, 25 de setembro de 2010

O tal do Start Kurs 1


Sábado a tarde, nada pra fazer. Domingo será o mesmo. Na verdade, tenho muitas coisas para organizar. Afinal, vespera de viagem para a Oktoberfest e depois Austria (weee!) não é fácil. Mas claro, não podia deixar de arrumar um tempo para escrever um post sobre um tal de Start Kurs 1, aquele que começou dia 6 de setembro e terminou, infelizmente, nessa sexta-feira.
Em uma tarde até que ensolarada (realmente, não me lembro bem), lá estava eu a caminho do endereço que me fora indicado alguns meses antes: Wihelmstrasse, 50. Um dos prédios da universidade de Tübingen, onde provavelmente eu terei minhas aulas em um futuro próximo. Enfim, em uma sala grande como pessoas de várias cores, tipos e tamanhos, estava eu com a minha caneta (pois esqueci o tal do lápis) para fazer a minha primeira prova na Alemanha. Prova de nivelamento. Confesso que não fui lá essas coisas, mas acabei descobrindo, no dia seguinte da prova, que fiquei na classe 3 entr 4. Nada mal, heeein!
Inglês, espanhol, português, italiano e finalmente alemão. Essas foram as línguas que eu mais escutei nessas três semanas intensas de aulas, festas, Stammtisch e, como todo evento alemão, cerveja. Aprendi alemão, nada de extraordinário, mas aprendi. O melhor disso foi que melhorei meu espanhol e o meu "listening" no italiano. Sehr gut für mich! Ja, creio que nos meus próximos dias em Tübingen, irei adquirir mais conhecimentos nas línguas latinas e, quem sabe, no alemão.
Entretanto, não foram só as diferentes línguas que me cativaram neste curso. Pessoas diferentes, países distintos, idiomas que se misturam, mas no final todos se entendem. Foi assim no Start Kurs 1 do semestre de inverno de 2010, como acredito que foram e serão em outros.
Dessa experiência, espero não só levar fotos e histórias engraçadas (já que houveram muitas), mas também os costumes interessantes, os idiomas e, é claro, as pessoas. Acredito que a minha estadia em Tübingen se faz cada dia melhor pelo quanto eu conheço não só a Alemanha, mas também de outros países. O semestre de inverno promete muitas risadas e boas companhias, além do kleine estresse com a faculdade. Aber kein Problem!
Sei que a maioria não vai ler esse post ou porque não fala português ou porque tem preguiça, mas aqui deixo registrado: Danke schön, Start Kurs 1!

PS: segunda-feira, finalmente a tão sonhada Oktoberfest, e depois Austria!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Como explorar Stuttgart

Já faz tempo que estava devendo este post, mas muitas coisas aconteceram durante a semana. Festas, provas, trabalhos e amanhã temos um passeio ao Bodensee (uhul!). Estou louca para conhecer. Já que a próxima klein Reisen se aproxima, decidi falar um pouco sobre a última: Gehen wir nach Stuttgart am Wochenende? Ja! Foi assim que começou o tal sábado na capital de Baden- Württemberg, o estado no qual estou, para quem não sabia. Antes de ir para lá, confesso que não procurei informação nenhum sobre a cidade, afinal explorar sem ideias pré-formadas sobre o local de destino é melhor, Mas mais arriscado também. Kein Problem!
Entretanto, para escrever esse post de uma forma descente, procurei algumas informações no guia de viagens da Folha de São Paulo. Nele se destacva a frase "Como explorar Stuttgart?". "Existe um jeito para isso?". Depois de ler, pensei que talvez exista um melhor jeito do que o nosso, já que descobri o que já esperava: não vi nem metade de Stuttgart. Meine Fehler. Nem o cheiro senti do Porsche- Museum ou Mercedes-Benz-Museum. Mas calma, outras oportunidades virão, afinal uma hora e pouca de viagem em um trem é pouco para quem almeja conhecer um país como a Alemanha.
Enfim, vamos ao que interessa. Stuttgart é um das maiores cidades da Alemanha (segundo o livrinho) e teve origem no século 10 no Stutengarten, no qual eu não fui. Em 1806, Stuttgart se ternou enfim a capital de Württemberg. A cidade é conhecida como centro industrial por suas importantes fábricas, como Mercedes-Benz e Porche. Algo que era de meu desconhecimento, a capital é também um centro cultural, com osquetra de câmara e acervos de arte. O que eu vi de mais cultural na cidade enquanto estive lá foi uma artista de rua que fazia pinturas de giz no chão, como aquelas que a gente vê às vezes no Brique da Redenção, mas mais bonitas. Também uma banda, que divulgava seu trabalho no Schlossplatz, um dos pontos turísticos e de lazer da cidade (nesse eu fui!).

O Schlossplatz é uma praça, a qual me lembrou muito a Redenção (ingenuidade a minha). Além de uma grama verde, muitos alemães sentados tomando sol, cerveja (sempre) e crianças brincando, lá se encontra também o Neues Schloss. Enquanto se está sentado na grama, é possível ver a fachada do castelo. Elementos barrocos e neoclássicos se misturam na arquitetura do palácio em praça pública.
Pessoas passam de bicicleta na frente e sentam em volta de seu chafariz, sem saber por que e por quem o tal prédio foi construído e sem dar bola para sua beleza que para uma porto-alegrense humilde é demais para uma simples tarde de sábado. Tá, talvez eu esteja exagerando. Pelo menos, graças ao meu livrinho, eu agora sei que o castelo foi construído para comemorar os 25 anos do reinado de Guilherme I. As esculturas foram feitas por artistas como Alexander Calder e Alfred Hrdlicka. Talvez para quem leiam isso nada signfica, por isso termino por aqui. Acho que as imagens se expressam melhor a partir de agora...

Bis bald!
























domingo, 12 de setembro de 2010

Mein WG

WG, uma típica república estudantil alemã. Foi aqui que eu comecei minha estadia na Alemanha. No começo confesso que foi meio complica. Sabe como é, dividir a cozinha com 16 pessoas não é uma tarefa fácil, mas possível. A organização alemã faz a coisa mais ou menos funcionar. Armários e geladeiras numeradas, cada um com seu espaço. Confesso que a falta de limpeza me assustou um pouco. Pelo menos, o lixo é separado como em nenhum outro lugar no mundo, mas isso é assunto para outro post. Aqui onde eu moro, somente a cozinha é coletiva. Cada um tem seu quarto e seu banheiro. Privacidade, a palavra chave. As pessoas aqui só se cruzam na cozinha, na lavanderia e nos corredores e, mesmo assim, a conversa não parece ser muito longa. Também é possível encontrar vizinhos e conhecidos no tal de KuckKuck. Um pub, o qual eu já mencionei antes, onde tem boa música, bebida barata (cerveja por dois euros e shot por um) e um espaço aconchegante (=minúsculo). Fomos lá na sexta e no sábado, já que é do lado de casa, não temos problemas pra nos locomover, só se estivermos com dor nas pernas.

O meu quarto eu consegui arrumar um pouco para deixar mais do meu jeito, mas mesmo assim as paredes continuam brancas. Kein Problem. Tenho muito tempo ainda para deixar ele com a minha cara. Aposto que daqui a seis meses, a minha bagunça organizada, já não será tão organizada. Só uma dedução.
Uma coisa interessante é que aqui o banheiro tem duas descargas, com duas potências (pasmem!) e não tem lixo (pasmen de novo). O papel higienico vai no vaso mesmo e, é claro, até isso eu tenho que comprar no supermercado, assim como um lixo para o banheiro.
Essa vida de dona de casa está me saindo cara, mas aos poucos estou me acostumando. Já cozinho, limpo banheiro e quarto, lavo e seco roupa. Acho que me mandaram pra cá para aprender um pouco sobre a vida doméstica. De fato, estou conseguindo.
O final de semana foi muito agitado e a semana também, por isso não consegui atualizar o blog antes. Sexta fizemos uma Internacionalles Abendessen (jantar internacional), organizado pelo curso de alemão. Os brasileiros levaram pão de queijo, brigadeiro, nega maluca, pé de muleque. Sehr gut! O pessoal adorou, mas disso, talvez, eu fale mais depois. Assim como de Stuttgart, cidade na qual estive no sábado. Fomos em três italianas e uma brasileira. Linda cidade, mas Tübingen ainda me parece mais bonita. Coloco fotos depois, esse post eu prometo.








domingo, 5 de setembro de 2010

Cantores de esquina


Uma música se aproxima dos ouvidos conforme os passos avançam os metros. Vozes jovens se unem para formar uma capela. A estrangeira aqui mal entendeu o signifado das palavras com ritmo que sete alemães ofereciam aos passantes. Em uma primeira olhada, se acha graça da cena: quatro moças e três rapazes cantando em grupo como se fizessem parte de algum coral a seu aberta. No meio de uma tarde de domingo, a paz do centro da cidade foi invadida pela voz juvenil dos desconhecidos cantores. Parei e observei. Na segunda olhada, aquilo não parece mais bizarro, mas uma espécie de calmante. Nossa caminhada foi interrompida por alguns minutos de boa e simples música. Não sei se estou exagerando, porém, foi o que me pareceu no momento.

Ouvi dizer que aqui isso é até comum. De fato, só em um sábado a tarde vi no mínimo três pessoas (ou gruposo) cantando nas esquinas de Tübingen. Alemão, francês, inglês. A língua não interessa, só a chance de ganhar alguns trocados fácil e de entreter os caminhantes em um final de semana. Claro, como em todo lugar, existe aquele desafinado que acha que ganha moedas por talento e não por pena. Acontece. Acredito que não foi o caso do tal grupo desconhecido de possíveis estudantes. Deixo para vocês analisarem.

Guten Nacht!

sábado, 4 de setembro de 2010

Tartarugas

Tartarugas são animais que caminham devagar, possivelmente, pelo peso de seus cascos, suas casas. Achei que essa seria a comparação perfeita a ser feita comigo e com minha colega de viagem. Quase 12 horas dentro de uma avião e mais por volta de 8 horas entre aeroportos. Mochilas nas costas que lembravam as casas doos tais animais, mas ao contrário deles, os passos eram rápidos. Se locomover em um lugar enorme sem o menor senso de direção requer um folego a mais. Enfim, depois de horas que passaram quase parando - imagine-se dentro de um avião sem televisão, sem espaço e com uma alemã magricela e não muito amigável do seu lado -, chegamos em Frunkfurt. Nunca vi um aeroporto tão grande e confuso, apesar das placas. Alemão pra cá, inglês pra lá, enfim alcaçamos o portão A28. Ali fizemos nossa primeira refeição alemã. Um tal de Original Frankfurter mit Brötchen (acho que era isso). Em outras palavras, quase um salchipão.


Meia-hora de viagem e, finalmente, Stuttgart. A esteira rolando para pegarmos as malas e, ainda bem, elas estavam ali. Chumbo pra lá, chumbo pra cá, conseguimos embarcar no ônibus em direção a Tübingen, depois de algum sacrifício. A primeira imagem da cidade foi melhor do que eu havia de fato imaginado: arquitetura europeia (nada mais normal), casas no estilo alemão, árvores, muitas árvores, tudo organizado de uma forma bem germânica. Não posso dizer que foi amor a primeira vista, mas quem sabe a segunda. Depois de caminhar um pouco, andar de ônibus para cima e para baixo com o meu guia particular (viel Danke, Allan), posso dizer que achei Tübingen uma cidade ótima para se viver. Não preciso nem dizer que os ônibus chegam no horário, as pessoas são bonitas, a cidade é limpa, o transito é sem conflitos. Não sei se isso continuará assim quando a cidade voltar a vida, quando as férias acabaram, mas pouco me importa.

Depois que ajeitei minhas coisas na casa do Allan (já que não tinha apartamento ainda), fomos para a minha primeira noitada na Alemanha: El Chico, na conhecida Neckerbrucke. Ironicamente a festa era já minha conhecida: noite brasileira no El Chico. Kein Problem, weil der Bier deutsche war. Não há problema quando a cerveja é alemã. Aqui a cerveja é absurdamente barata. Um klein idéia: no Brasil, bebi Paulaner (nao lembro se é assim que se escreve) por mais ou menos 20 reais, aqui ela custa 0,89 euros. Pasmem! Fiquei feliz e assustada quando vi isso. Aqui os jovens (até parece que eu sou velha) compram engradados de cerveja e se encontram para beber em frente a igreja. E bebem essa gente. Enfim, só queria contar que na primeira noite já aprontei um pouco: andei de ônibus sem pagar passagem (Schwarzfharer, tradução literal, "andar no preto"). 12h10 já é preciso comprar um novo ticket do dia, mas não valia a pena, então tentei a sorte. Nenhum fiscal me pegou (aqui não existe cobrador, somente fiscalização às vezes.)

No dia seguinte, enfim, cheguei no meu apartamento. Fichtenweg! É como se fosse um condominio cheio de prédios, nos quais a maioria dos morados são estudantes. O quarto é espaçoso até, mas muito triste pela falta de decoração, mas isso se resolve. O banheiro é pequeno, mas para uma pessoa está ótimo! A tal da cozinha coletiva é o problema: restos de comida na pia, fogão sujo, geladeira fedorenta. Espero que quando esse pessoalzinho voltar de férias, a limpeza volte junto com eles. Aber kein Panik!

Ontem saimos de noite de novo: nossa primeiro Stammtisch (um encontro casual) com os nossos futuros colegas do curso de alemão que começa segunda-feira. Americanos, mexicanos, italianos, alemães e brasileiros. Nem preciso dizer que a confusão de línguas foi geral, mas o alemão prevaleceu. Com isso, a dor de cabeça foi inevitável. Cansaço, fuso horário bagunçado, pensamento em português e fala em alemão. Esforço mental ao máximo, mas ótimo. Depois da nossa primeira social em alemão, seguimos para o tal de Kucko (acho que é assim que se escreve). Acreditem ou não, esse tal de bar, pub ou sei lá o que é dentro do meu condominio! Exatamente dentro. No mesmo prédio das caixas de correio. Maravilhos para quem quer festiar sem se preocupar em como voltar para casa depois.


Hoje passiei mais um pouco com a Dani, uma brasileira do sul que mora perto da minha casa. Compras, mas sem exageros! Mais tarde conto mais sobre as nossas aventuras por essa cidade. Hoje iremos numa noite chamada Top 10. Vamos ver no que dá. A correria aqui é maluca, não conseugi nem tirar minhas coisas da mala ainda, o que é vergonhoso. Amanhã eu faço isso, afinal, nada nessa cidade abre no domingo!




Tchüss!


Bis gleich!